Ao final da reunião de repredsentantes de 16 países, em Genbebra (Suiça), a diretora da OMS, Margaret Chan, decidiu declarar situação de emergência em saúde pública de interesse internacional em razão do aumento de casos identificados em diversos países e de uma possível relação da doença com quadros registrados de malformação congênita em bebês e síndromes neurológicas.
160129 - 20:00 horas
Zika é ameaça à saúde de 4 milhões
em 23 países e provoca emergência
Na segunda-feira (160201) o Comitê Internacional de Emergência de Regulamento de Saúde reúne-se em Genebra para avaliar o que fazer em todo o mundo para evitar que o vírus zika faça 4 milhões de vítimas. Especialistas dirão se o surto deve ser enfrentado como emergência de saúde pública. Problema está em 23 países da América e é pior no Brasil.
Margaret Chan, diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciou anunciou a decisão de urgência sobre o vírus zika; o aumento observado de distúrbios neurológicos e malformações congênitas. Diretora-geral fez um histórico do vírus zika. Informou que a preocupação relacionada à doença era considerada baixa, com poucos casos reportados e, por isso, difíceis de serem interpretados clinicamente.
“A situação hoje é muito diferente. Em 2015, o vírus foi detectado nas Américas, onde está agora se disseminando explosivamente. Até hoje, há casos relatados em 23 países e territórios da região. O nível de alarme é extremamente elevado”. Foi o relato de Margaret Chan.
Em maio de 2015, o Brasil registrou o primeiro caso do vírus zika. Depois a doença se espalhou ali e em outros 22 países e territórios da região. Pelo País foram catalogados 1.587.080 casos de dengue no ano de 2015.
Microcefalia e síndrome
A chegada do vírus em alguns países das Américas, principalmente no Brasil, tem sido associada com o aumento expressivo de nascimentos de bebês com cabeças anormalmente pequenas (microcefalia). Em alguns casos, está ligado À síndrome de Guillain-Barré, uma condição pouco compreendida na qual o sistema imunológico ataca o sistema nervoso, às vezes provocando paralisia.
Uma relação casual entre a infeção do vírus zika e a malformação congênita e síndromes neurológicas não foi estabelecida, mas há uma forte suspeita.
Além da possível associação da infecção com as malformações congênitas e síndromes neurológicas, Margaret Chan disse estar preocupada com o potencial em termos de propagação internacional; dada a ampla distribuição geográfica do mosquito vetor. Há ainda a falta de imunidade da população em áreas recém-afetadas e a ausência de vacinas, tratamentos específicos e testes de diagnóstico rápidos.
Ações de resposta da OMS
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) vem trabalhando com os países afetados desde maio de 2015. A OPAS mobilizou esquipes e membros da Rede Mundial de Alerta e Resposta a Surtos Epidêmicos (GOARN) para dar assistência a ministros da Saúde no fortalecimento das habilidades para detectar a chegada e circulação do vírus zika por meio de testagem laboratorial e comunicação rápida.
O objetivo, disse a agência por meio de um comunicado, é garantir diagnóstico clínico preciso e tratamento para pacientes, rastrear a propagação do vírus e o mosquito que o transmite (o Aedes aegypti), bem como promover a prevenção, especialmente através do controle do mosquito.
A agência da ONU está apoiando o aprimoramento e fortalecimento de sistemas de vigilância em países que registraram casos de zika e de microcefalia e outras condições neurológicas que podem estar associadas ao vírus.
Falta dinheiro para controle
O monitoramento também está se intensificando em países para onde o vírus possa se propagar. Nas próximas semanas, a OPAS/OMS convocará especialistas para dar conta dos gargalos críticos no conhecimento científico sobre o vírus e efeitos potenciais nos fetos, crianças e adultos.
A OMS informou que vai priorizar o desenvolvimento de vacinas e novos instrumentos para o controle das populações de mosquitos, bem como a melhoria de testes de diagnóstico. A despeito da bpoa vontade de todos, a realidade é bem difícil. Ações em busca de vacina ou qualquer outro medicamento, esbarra em deficiência em pesquisas. E a OMS não dispõe de recursos para agir como deveria. É o mesmo problema dos refugiados do mundo.
O Ministério da Saúde brasileiro orienta as gestantes a adotar medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doença, com a eliminação de criadouros, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.
Testagem no Brasil
Atualmente, a circulação do zika é confirmada no Brasil por meio de teste PCR, com a tecnologia de biologia molecular. A partir da confirmação em uma determinada localidade, os outros diagnósticos são feitos clinicamente, por avaliação médica dos sintomas. O Ministério da Saúde distribuirá 500 mil testes para realizar o diagnóstico de PCR (biologia molecular) para o vírus zika.
Com isso, os laboratórios públicos ampliarão em 20 vezes a capacidade dos exames, passando de 1000 para 20 mil diagnósticos mensais, anunciou o Ministério (160127).
As primeiras 250 mil unidades têm entrega prevista para fevereiro, inicialmente aos 27 laboratórios, sendo quatro de referência e 23 Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN). A previsão é que os outros 250 mil testes estejam disponíveis a partir do segundo semestre. No total, o Ministério da Saúde investiu R$ 6 milhões para a aquisição dos produtos.
A recomendação do Ministério, conforme Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia, é que sejam priorizadas, para a realização do teste, mulheres grávidas com sintomas do vírus zika, gestantes com bebê microcefálico, além de recém-nascidos com suspeita de microcefalia.
Acesse a página da OPAS/OMS (http://www.paho.org/bra) e do Ministério da Saúde (http://combateaedes.saude.gov.br) para saber mais.
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