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Fertilização in vitro mais acessível em serviços de saúde brasileiros


25-07-2015 20:34:29
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Trinta e sete anos depois do nascimento do primeiro bebê de proveta (Louise Brown) na Inglaterra, boa parte da população mundial já tem acesso à "fertilização in vitro", que aproveita o óvulo da mulher e o sêmen masculino para criar um embrião a ser implantado no útero. Já há unidades médicas públicas para dar atendimento aos interessados.

 


Diz a OMS (Organização Mundial da Saúde) que a infertilidade está presente emntre 8% e 15% das mulheres; mas às vezes as causas são do próprio homem. Essas mulheres podem aproveitar os benefícios da ciência que permite hoje, com os avanços técnicos, 50% de êxito na fertilização.

Tratamento gratuito

A Rede Latino Americana de Reprodução Assistida estima que entre 1990 e 2012, 56.674 bebês brasileiros vieram ao mundo com o uso da técnica. Em 2014, segundo o 8º Relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), foram feitos 27.781 ciclos de fertilização in vitro no País.

O especialista João Sabino avalia que o número está abaixo do necessário para atender a demanda nacional. “O tratamento é muito caro para famílias de baixa renda. Custa entre R$ 5 mil e R$ 20 mil, dependendo do caso. Hoje, 90% das fertilizações são feitas em clínicas privadas”, lamenta.

Um dos principais centros públicos de reprodução assistida do Brasil fica no Distrito Federal. Mais de 500 crianças nasceram no local desde 1998, quando foi criado. “Já fizemos mais de 3000 ciclos e ainda temos 2000 casais na fila”, conta a coordenadora do programa de Reprodução Humana do Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), Rusaly Rulli Costa. Apesar de a demanda ser grande, o Brasil oferece o tratamento totalmente gratuito em poucos locais.

 

Não é só para ricos

Rusaly avalia que o serviço público, de um modo geral, ainda vê a fertilização in vitro como coisa para ricos. “E não é. Não é justo que parte da população seja privada de planejar seus filhos, pois até na Constituição está previsto o direito de planejar a família”, avalia, lembrando que o tratamento não consta na tabela de procedimentos cobertos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Cabe às secretarias de saúde estaduais decidir se vão oferecer o serviço, a ser financiado pelos estados.”

O centro do HMIB atende em média 300 casais por ano. “Mas no primeiro semestre deste ano só chamamos 120 casais, não é fácil conseguir os recursos”.

O médico João Sabino explica que, do ponto de vista físico, o tratamento não dói. “Mas do ponto de vista emocional, machuca muito. Existe uma dor psicológica forte ao longo do processo, o casal precisa ter o acompanhamento de uma equipe médica bem preparada.”

Rusaly Rulli Costa concorda que o tratamento gera ansiedade e pode causar frustração, pois mexe com os sonhos e desejos mais íntimos das pessoas. “A gente prima pelo acolhimento, com uma equipe multidisciplinar. Somos considerados classe AA no atendimento, pois o processo é extremamente desgastante para os casais que nos procuram.”

 

 

Fonte: ANVISA, Agência Brasil
 

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