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Melhor tratamento para ceratocone faz cair 44% transplantes de córnea


18-03-2015 22:59:36
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Aperfeiçoamento no diagnóstico e tratamento do ceratocone, avanços que impedem rejeição e cuidados tecnológicos como o da lente de contato escleral, são motivos para a queda de 44% nos transplantes de córnea no Brasil. O médico Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier de Campinas (São Paulo) explica as conquistas da Oftalmologia.

 


Levantamentos anuais da ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos) mostram que nos últimos 10 anos o número de candidatos a transplante de córnea caiu 44% no Brasil. Em 2004 a ABTO registrou 6,5 mil transplantes e 24,6 mil pessoas na fila de espera, totalizando 31,1 mil candidatos a transplante. Comparado ao levantamento de 2014 que aponta 13 mil transplantes realizados e 8,6 mil na fila de espera, ou seja, um total de 21,6 mil brasileiros com necessidade de transplante, indica um salto de qualidade nos tratamentos oftalmológicos no período.


Para o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, a queda de 44% na busca por transplante está relacionada ao aperfeiçoamento do tratamento do ceratocone. A doença caracterizada pelo afinamento e deformação da córnea, responde por 70% dos transplantes no Brasil. Geralmente aparece em alérgicos que têm hábito de coçar os olhos.


Terapias


Um avanço no tratamento apontado pelo médico é o diagnóstico precoce do ceratocone através da tomografia. O exame avalia as duas faces da córnea. Por isso, permite detectar a doença antes de aparecerem alterações na curvatura externa e os primeiros sintomas: troca frequente do grau dos óculos, visão de halos noturnos, aversão à luz do sol, maior fadiga visual e olhos irritados.


Outra terapia que para o médico reduziu as indicações de transplante é o maior acesso ao crosslink, único tratamento capaz de interromper a progressão do ceratocone. "Consiste no aumento da resistência das fibras de colágeno da córnea em até 3 vezes, através da aplicação de vitamina B2 (riboflavina), associada à radiação ultravioleta". Para Queiroz Neto o transplante de córnea só não teve uma redução maior porque muitos pacientes só descobrem o ceratocone quando a córnea já está com espessura menor que 400 micras e não pode ser submetida ao crosslink.


O especialista ressalta que a lente de contato escleral que se apoia na esclera, invés de se apoiar na borda da córnea, também diminuiu a indicação de transplantes motivados pela dificuldade de adaptação às lentes de contato. "Também é muito comum o conforto da lente escleral evitar o retransplante em quem já passou pelo enxerto de córnea e permanecem com alto grau de astigmatismo. Muitos pacientes afirmam que não sentem esta lente nos olhos".


Plug evita rejeição


O médico adverte que não é fácil conseguir uma córnea. Segundo a ABTO a doação é negada por 46% das famílias abordadas. Por isso, embora o número de cirurgias tenha dobrado em 10 anos, passando de 6,5 mil para 13 mil, 8.602 brasileiros aguardavam por doação em dezembro de 2014.


A boa notícia é que um novo dispositivo evita a rejeição do transplante. O especialista diz que se trata de um plugue feito de colágeno que é colocado no olho durante a cirurgia para liberar a medicação necessária após o procedimento, sem risco de contaminação ou descontinuidade do tratamento. O material é compatível com as estruturas internas do olho. Por isso, dissolve e é absorvido sem causar efeitos colaterais. Queiroz Neto afirma que no Brasil o mau uso dos colírios é a maior causa de rejeição de transplantes de córnea. Um estudo com cobaias que acaba de ser divulgado pela Universidade Johns Hopkings, nos EUA, mostra que o uso de um dispositivo para garantir a medicação, evitou a falência em 100% dos transplantes.


O especialista ressalta que este plugue também pode ser utilizado no pós cirúrgico de catarata ou de cirurgia refrativa, durante a gestação para evitar a absorção sistêmica de colírios que podem fazer mal ao bebê, tratamento de glaucoma e outras doenças oculares.

 

 

Fonte: Instituto Penido Burnier SP - Eutrópia Turazzi
 

 1 Comentários para esta notícia

  1. author

    Olá! sou portadora do Ceratocone, minha médica indicou o crosslink , porém tenho receio em fazer,no momento estou com a lentes de contato rígida, qual melhorou minha visão em 80%. Porém a médica me alertou do risco de não poder fazer o crosslink se me demorar a decidir, como a doença e progressiva... Não me decidir porque não sentir segurança em fazer com a médica, gostaria de ouvir outro especialista.


 

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