Linguagem: EnglishFrenchGermanItalianPortugueseRussianSpanish

Diabetes aumenta risco de acidentes no trânsito


19-08-2019 16:00:40
(1916 acessos)
 
Diabetes aumenta risco de acidentes no trânsito. Problema é a hipoglicemia moderada não percebida por 50%dos pacientes. Compromete 35% da capacidade. Acidentes de trânsito são o segundo maior problema de saúde pública no Brasil. Só perdem para a desnutrição, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). Respondem por um custo anual de R$ 24,6 bilhões ao País conforme estudo do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas).

 



Para o oftalmologista do Instituto Penido Burnier e diretor médico do Banco de Olhos de Campinas, Leôncio Queiroz Neto,  o diabetes pode aumentar ainda mais o número de acidentes. Considera sobre a prevalência da doença que hoje atinge 10 milhões de brasileiros e deve chegar a 16,5 milhões de portadores em 2025.

Perito em medicina do trânsito e membro da ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego), o Oftalmologista explica que ao contrário do que se possa imaginar, entre diabéticos o perigo de acidentes não está relacionado á hiperglicemia (aumento da glicose no sangue que caracteriza a doença). O maior risco é a hipoglicemia, queda repentina da glicose na corrente sanguínea. É que o tempo entre o sintoma e a necessidade de correção é muito curto. A queda leve de glicemia não é percebida por 50% dos diabéticos apesar de reduzir a capacidade de dirigir em 35% dos portadores.

Só 3 em cada 10 motoristas param de trafegar quando percebem os sintomas. O problema é mais comum na fase de adaptação ao medicamento, mas também pode ocorrer por irregularidade nos horários de alimentação ou excesso de exercício físico. Em casos extremos pode colocar a vida do diabético em risco.

As falhas mais comuns na direção decorrentes da hipoglicemia leve são os desvios de direção, guinadas, saídas da pista, excesso de velocidade, condução lenta e freadas ou acelerações bruscas.

O especialista afirma que os sinais da hipoglicemia moderada são: ofuscamento visual, súbita piora na visão de perto (hipermetropia), tremor, sudorese, taquicardia, náusea, tontura e falha de atenção. Se não for corrigida pode progredir até o estado de coma, alerta.  

As dicas do médico para evitar acidentes no trânsito são:

·       Não dirigir no início do tratamento, troca de medicação ou dosagem.

·       Carregar doces no veículo, em locais de fácil acesso.

·       Realizar teste de glicemia capilar 1 hora antes de dirigir e 4 horas após direção contínua.

·       Fazer exames de vista anualmente.

·       Afastar-se da direção em casos de macro ou micro angiopatia e neuropatia.

PERIGO NOTURNO É MAIOR

Diabéticos têm variações nos vícios de refração e maior propensão a doenças oculares que aumentam perigo no trânsito noturno.

Metade dos diabéticos não sabe que tem a doença que em estágio inicial não apresenta sintomas.  Queiroz Neto conta que muitas pessoas descobrem que são diabéticas durante a consulta oftalmológica. São pacientes que têm uma repentina dificuldade de enxergar de longe causada pela hiperglicemia.  Ele explica que isso acontece porque o aumento da glicose na corrente sanguínea leva ao acúmulo de água na parte posterior do cristalino que induz à miopia.

À medida que a glicose no sangue retorna ao nível normal o cristalino volta ao tamanho original e a miopia induzida desaparece. A repetição dessas mudanças no cristalino, observa, predispõe diabéticos a terem catarata que torna a visão embaçada.

As alterações metabólicas também enfraquecem os músculos. Nos olhos, comenta,  pode ocorrer a perda parcial do movimento de um ou dois músculos que levam o diabético a ter visão dupla.

Quem tem a doença há mais de 10 anos devem fazer consultas oftalmológicas semestralmente, adverte. Isso porque o diabetes enfraquece a parede dos vasos sanguíneos da retina, conjunto de fibras nervosas na parte posterior dos olhos que leva luz ao nervo óptico onde se processam as imagens. 

O controle de hemorragias e surgimento de neovasos através de medicação intra-ocular e aplicações de laser impedem o surgimento da retinopatia diabética que ainda é a maior causa de cegueira irreversível no Brasil.

De acordo com Queiroz Neto, à noite a miopia, astigmatismo, glaucoma e catarata pioram devido à falta de iluminação suficiente que diminui o contraste das imagens e a noção de profundidade.  O reflexo do motorista também fica mais lento porque entre míopes e astigmáticos a noção de distância em relação aos outros veículos é maior do que a real. 

Além disso, manter o foco na estrada durante a noite, exige mais da musculatura ocular o que compromete a acomodação.  Ele ressalta que  a a carta de habilitação pode restringir a direção aos o por do sol e por isso a redução da visão noturna não desabilita o motorista.

Entre as dicas para reduzir os riscos de acidentes, destaca:

  • Manter o grau dos óculos atualizado.
  • Dar preferência por lentes anti-reflexo e com proteção UV.
  • Certificar-se que os óculos de sol têm proteção UV, pois lentes sem proteção aumentam em 60% o risco de surgir catarata.
  • Manter o pára-brisa limpo
  • Descansar durante o percurso.

 

 

 

 

Fonte: Instituto Penido Burnier - Eutrópia Turazzi
 

 Não há Comentários para esta notícia

 

Aviso: Todo e qualquer comentário publicado na Internet através do Noticiario, não reflete a opinião deste Portal.

Deixe um comentário

d7pkj