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FIOCRUZ mostra desafios da gravidez e dos partos no Brasil

FIOCRUZ mostra desafios da gravidez e dos partos no Brasil
[foto] - Pesquisa da FIOCRUZ mostra realidade dos partos no Brasil

05-09-2025 13:34:02
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Analgesia, exame para reduzir as dores da contração do parto; avaliação da pressão arterial e exame de níveis de glicemia, ainda permanecem como desafios nos episódios de gravidez e nascimentos. Revelações são a partir de dados de atendimentos no SUS (Sistema Único de Saúde) e tem idnicações boas. Houve redução de 36% para 9% o uso da manobra de Kristeller, aquela em que o profissional de saúde sobe sobre a gestante e empurra a barriga com força, para acelerar o nascimento. Houve muitos avanços.

 


Em 10 anos, caiu de 47% para 7% o emprego da episiotomia, o corte do canal vaginal com bisturi, para aumentar a via de passagem do bebê, nos partos vaginais ocorridos no Sistema Único de Saúde (SUS). No sistema privado de saúde, a redução foi ainda mais expressiva: apenas 2% das mulheres que tiveram parto vaginal relataram ter passado pela manobra, que é considerada uma forma de violência obstétrica e traz risco para a parturiente e o bebê.

São números da Pesquisa Nascer no Brasil 2,

realizada pela FIOCRUZ (Fundação Oswaldo Cruz), que

coletou dados de mais de 22 mil mulheres entre 2021 e 2023.

Pesquisadores divulgaram (250903) as informações referentes ao Estado do Rio de Janeiro e adiantaram algumas informações nacionais, para comparação. Descobriram que aumentou a quantidade de mulheres que puderam se alimentar e se movimentar durante o parto. Quase todas as gestantes que pariram no Rio de Janeiro, tanto no Sistema Único de Saúde (SUS), quanto em unidades particulares, optaram por posições verticalizadas, que favorecem a saída do bebê.  

"É uma adesão enorme às boas práticas e uma eliminação de intervenções desnecessárias. No Rio, não tem mais aquela forma de parir, em litotomia, em que a mulher fica com as pernas pra cima, , sem poder fazer força. Acabou. Isso é lindo! É uma mudança de cultura que estamos vendo. Não está perfeito, mas é uma mudança enorme na atenção ao parto, fruto de políticas públicas." São explicações da coordenadora-geral da pesquisa, Maria do Carmo Leal.

Estudo da FIOCRUZ revela mais que a proporção daquelas que tiveram acesso à analgesia, para reduzir as dores das contrações, caiu de 7% para 2% no SUS em todo o Brasil, e apenas 1% no Rio de Janeiro. Nos serviços privados, a queda nacional foi de 42% para 33%, chegando a 30% no estado. "Entre as mulheres que entraram em trabalho de parto no Rio de Janeiro, caminhou melhor para o parto vaginal quem fez uso de analgesia, mostrando que talvez tenhamos aqui um aliado. Foi quase 6 vezes maior a chance de terminar em um parto vaginal", acrescentou Maria do Carmo.

Parto normal ainda desafio

A pesquisa também mostra que os índices de parto normal e cesarianas permanecem um grande desafio no País. A quantidade de mulheres que passaram pela cirurgia no SUS aumentou de 43% para 48%, comparando com a primeira edição do levantamento, divulgado em 2014.

A coordenadora-geral da pesquisa ressalva que, ao menos, a maior parte desse aumento se refere a cesarianas intraparto, ou seja, realizadas após a mulher entrar em trabalho de parto, que totalizaram 13% no Brasil. Os partos vaginais no SUS somaram 52% no Brasil e 50% no estado.

Já a proporção de cesáreas no sistema privado foi de 81% no país e 86% no Rio de Janeiro, e apenas 9% e 7%, respectivamente, foram feitas após o início do trabalho de parto. Ainda assim, houve ligeiro aumento na quantidade de partos vaginais no Brasil, de 12% para 19%. A recomendação da Organização Mundial da Saúde é que as cirurgias sejam feitas apenas em casos de necessidade e o índice do país não passe de 15%.

O cenário sobre o pré-natal mostrado pela pesquisa, no entanto, não é tão positivo. Apesar de 98,5% das mulheres do Rio de Janeiro terem recebido o acompanhamento, apenas um terço apresentava registro completo de aferição de pressão arterial e exames de glicemia. Esses exames são essenciais para detectar e controlar as duas complicações mais comuns e perigosas da gestação: a hipertensão e o diabetes. Menos de 34% tiveram prescrição registrada de ácido fólico, substância essencial para o desenvolvimento neurológico do feto, e apenas 31,6% foram vacinadas contra o tétano e a hepatite B, dois dos principais imunizantes que devem ser tomados na gestação.

Maria do Carmo Leal destaca outras lacunas importantes no cuidado das gestantes de alto risco, ou seja, que já tinham alguma condição diagnosticada no momento do parto. 

"Setenta e cinco por cento delas nunca fizeram uma consulta com especialista, só na atenção básica. Tem alguma coisa errada aqui. Trinta e seis por cento dessas mulheres disseram que a pressão arterial delas não foi medida em todas as consultas e também não tinham exame de glicemia, como o recomendado. São mulheres que peregrinaram mais (até serem admitidas para o parto), porque não tinha vaga, mas principalmente porque eram de alto risco e deveriam procurar uma unidade adequada. Peregrinar na hora do parto é tudo que elas não tinham que fazer".

 

 

Fonte: FIOCRUZ, Agência Brasil
 

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