A tabela periódica foi criada pelo russo Dmitri Mendeleev, no fim do século 19, para descrever todos os elementos básicos da natureza na forma que é mais pura. É amplamente usada na química e em outras ciências para se fazer relações entre as propriedades dos elementos e orientar pesquisas em segmentos ainda não descobertos ou não sintetizados.
Conselho Federal de Química vai atender os interessados em obter a publicação, pelo site crq14.org. Desta forma será possível começar a realizar o projeto de atender estudantes com deficiência visual e ajudar para que profissionais tenham acesso à ciência e às atividades profissionais.
“Antes do lançamento da tabela periódica em braile aqui no Brasil, elas não poderiam estudá-la e eu tenho certeza de que, tendo agora acesso à tabela periódica, elas vão poder se desenvolver muito mais cientificamente, principalmente na indústria química da transformação e no avanço tecnológico.”
Deusdete de Oliveira é responsável pelo serviço de orientação ao trabalho do Centro de Ensino Especial de Pessoas com Deficiência Visual do Distrito Federal e confirma a relevância da tabela periódica em braile. “Essa ferramenta é fundamental para que o estudante de química tenha a sua autonomia de aprendizagem dessa ciência exata, podendo evoluir nos estudos como pessoa autônoma e cidadã.”
Tabela supre falta de material
A tabela periódica em braile foi idealizada pela professora Ana Caroline Duarte, de Manaus (AM).
“Surgiu por conta da falta de material didático. Como que esses professores iam levar o ensino da química para esses estudantes que estavam excluídos? E quando a gente ia conversar com alguns estudantes, eles relatavam: ‘ah, eu nunca tive acesso à tabela periódica’”, explica.
A produção das primeiras tabelas partiu do CRQ-14, o Conselho Regional de Química de Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. Engenheiro químico e presidente da entidade, Gilson Mascarenhas explicou a dificuldade inicial de produção e como as tabelas periódicas são distribuídas, de preferência para associações de pessoas com deficiência, a fim de privilegiar o uso coletivo.
“Para reproduzir a tabela periódica, a gente só conseguiu uma gráfica em São Paulo. O investimento final nas últimas 500 que nós produzimos custou por volta de R$ 35 mil. A distribuição é gratuita através do site crq14.org. Você pode entrar em contato com o CRQ14, que a gente envia para as associações também”.
Uso da tabela abre oportunidades
Cego, Alexandre Braun está aposentado aos 34 anos de idade por neuropatia óptica. Braun que mora em Itaituba, no Pará, está certo de que a tabela periódica abre novas possibilidades de estudo. “Podemos aprofundar o conhecimento que antigamente não dava devido à dificuldade visual. Agora, eu posso entrar nesse estudo da química.”
Deputado Eduardo Velloso (União-AC), coordenador da Frente Parlamentar de Luta pela Prevenção da Cegueira anuinciou que vai pedir desarquivamento do projeto de lei PL 444/11 que reforça a alfabetização em braile em todas as escolas públicas e privadas do País.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
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