Técnicos, cooperativas, cerealistas, produtores de sementes, multiplicadores e triticultores do Paraná, São Paulo, Cerrado e Paraguai, participaram do Semináriko que celebra os 10 anos de implantação da Biotrigo (15 anos no Rio Grande do Sul) no Paraná.
Telmo Amado, doutor em ciência do solo, analisa que além de ser uma fonte de renda e a oportunidade de amortizar os custos fixos da propriedade, a cultura do trigo também traz diversos benefícios nutricionais ao solo e ao cultivo subsequente, como a soja. Diz o seguinte: "o trigo possibilita alcançar de 40 a 50% da necessidade de aporte anual de carbono para manutenção do estoque desse elemento no solo."
Considera o pesquisador que cereal "é importante fonte de magnésio, enxofre e, em menor proporção, nitrogênio. Inclusive, se rotacionado com a soja, o trigo otimiza a nutrição de potássio. Além disso, é uma cultura que possibilita a adubação de sistema, pois apresenta elevada densidade de plantas, espaçamento reduzido e ainda possui perfilhamento, o que favorece a absorção de nutrientes verticalmente móveis, como o nitrogênio, enxofre e boro."
Os benefícios do trigo no sistema de produção, porém, não se relacionam apenas com a fertilidade. Outro fator a ser considerado é o papel da cultura no manejo integrado de plantas daninhas. "Se olharmos para a soja, a buva é uma das invasoras que mais gera prejuízos em nível nacional, em especial ao Sul do País."
Luis Henrique Penckowski, especialista em herbologia e gerente técnico de pesquisa da Fundação ABC, o manejo da erva daninha começa no outono e inverno e passa por uma boa cobertura de solo no período. "Cereais de inverno, em especial o trigo, têm um papel fundamental para diminuir a pressão de infestação e tornar mais fácil e barato o manejo de plantas daninhas na soja."
Já no trigo, o azevém ganha destaque de Penckowski como a mais importante invasora da cultura. Porém, o especialista considera as plantas voluntárias de soja como um ponto de atenção. "Atualmente, as novas tecnologias de transgênicos de soja resistentes a alguns herbicidas, estão começando a ser semeadas no Brasil e as plantas voluntárias dessa soja vão gerar desafios, pois serão tolerantes aos herbicidas que utilizamos no trigo. Assim, teremos que introduzir novas ferramentas na cultura do trigo para manejar essas plantas daninhas."
Benefícios da cultivar Sentinerla
Biotrigo Sentinela, foi um dos três lançamentos da empresa em 2023.
A cultivar representa a introdução dos ciclos largos no Brasil, que contam com um período ainda mais longo no campo, em comparação a ciclos médio/tardios. Conforme o diretor e melhorista da Biotrigo, André Cunha Rosa, em todas as regiões tritícolas, há um intervalo entre a soja e o trigo, em que normalmente ocorrem chuvas. "O solo descoberto nesse período gera uma perda de nutrientes e carbono no solo, assim como a maior ocorrência de invasoras, erosão, dentre outros fatores."
Com a premissa de cobrir o solo em uma parte desse período, surge Sentinela, variedade que conta com 10 a 15 dias a mais de ciclo que TBIO Ponteiro, outro material da Biotrigo já presente no mercado. Além desses benefícios, Sentinela apresenta elevado potencial produtivo, similar ao próprio Ponteiro. "A cultivar também oferece um bom pacote fitossanitário, tanto para folha, como para espiga, seguindo o padrão visto no portfólio da Biotrigo." Assim, Sentinela une diversos benefícios agronômicos e de sistema, proporcionando mais estabilidade produtiva e segurança na propriedade do agricultor.
Desempenho da cultivar Talismã
Outro lançamento apresentado no evento foi Biotrigo Talismã, cultivar que representa evolução de TBIO Audaz, um dos trigos mais semeados do País, atualmente. "Talismã é refinamento de um trigo que já entrega alta qualidade. Assim, essa evolução traz maior robustez no campo, mantendo ou melhorando praticamente todos os aspectos agronômicos de Audaz." Assim explica o melhorista da Biotrigo, Francisco Gnocato.
Destaque de Talismã é o elevado padrão de qualidade na indústria. Mas uma relevante evolução que o material traz em comparação a Audaz é a melhoria no nível de resistência à giberela, que atinge patamares ainda mais altos. "Assim, a tendência de Talismã é entregar níveis menores da micotoxina deoxinivalenol (DON), o que traz maior segurança ao produtor, na comercialização e à indústria, na recepção do produto."
Também foi apresentado a Biotrigo Titan. A cultivar, de ciclo médio, "se diferencia no portfólio da empresa pelo altíssimo potencial produtivo e versatilidade no campo, entregando excelente performance tanto em ambientes de alta tecnologia, quanto em ambientes de menores investimentos. Em termos de sanidade, Titan se mostra muito equilibrado e robusto na lavoura. Em relação a rendimento, se apresenta consistentemente superior a cultivares referência no mercado, como TBIO Ponteiro e Toruk, por exemplo." É a indicação que faz o gerente de melhoramento da Biotrigo, Ernandes Manfroi. Esses fatores, aliados com uma ampla adaptação, tornam Titan material único no portfólio da Biotrigo. Pelas entregas no campo, acreditamos que, dentro de alguns anos, será a cultivar de trigo mais semeada do Brasil."
Fonte: Biotrigo
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