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Falta teste de olhinho para prevenir o câncer em recém-nascidos


03-02-2022 20:43:25
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Retinoblastoma ou câncer no olho é uma doença traiçoeira. Há a prevenção pelo "teste do olhinho" mas segundo o Ministério da Saúde ainda falta acesso ao exame a todos os recém-nascidos. Atualmente (janeiro 2022) esse recurso está sendo aproveitado apenas por 50% dos bebês. Muito útil, o recurso ajuda evitar doenças que causam cegueira, como o câncer, a catarata e o glaucoma congênito. Aí está a explicação porque a perda de visão é maior em países menos desenvolvidos.

 


No Brasil a situação é grave. Dados do Ministério da Saúde mostram que só 50% das crianças passam pelo “teste do olhinho” indicado para detectar as doenças que mais causam a perda da visão na infância: câncer, catarata e o glaucoma congênito.  A falta de acesso ao exame por todos os recém-nascidos é um dos fatores que explica a maior incidência de retinoblastoma nos países menos desenvolvidos apontada por um estudo global, recentemente publicado na revista científica, The Lancet.

 

Leôncio Queiroz Neto, oftalmologista do Instituto Penido Burnier (Campinas - São Paulo),

explica que no Brasil, logo após o nascimento, as maternidades realizam o “teste do

olhinho” nos recém-nascido. Isso é feito com um oftalmoscópio, equipamento que

emite uma fonte de luz no olho do bebê. Quando a pupila responde com um reflexo

vermelho contínuo, indica saúde. Se o reflexo for descontínuo ou esbranquiçado, sinaliza doença.

 

Ressalta o Médico que a maioria dos pais só leva a criança ao oftalmologista quando atinge a idade escolar. O problema é que o retinoblastoma, catarata e o glaucoma congênitos podem ficar adormecidos no olho e se desenvolver nos primeiros anos de vida, quando não são descobertos no nascimento do bebê.  Por isso, a recomendação do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) do qual o especialista faz parte, é de que o “teste do olhinho” seja repetido três vezes a cada 12 meses até a idade de 3 anos. Neste período deve passar pelo primeiro exame oftalmológico ao atingir 1 ano de idade ou se surgir alguma alteração no “teste do olhinho”.

 

Queiroz Neto afirma que poucas crianças seguem este protocolo. “Já operei um menino com catarata congênita, doença responsável por 40% da perda de visão na primeira infância, que tinha passado pelo teste do olhinho na maternidade, mas  ficou anos sem um único exame nos olhos. Isso é mais frequente do que se possa imaginar. Pode acontecer também com o retinoblastoma que nem sempre surge logo após o nascimento.  A maioria dos diagnósticos de câncer no olho, ocorre até 18 meses." Assim explica o Oftalmologista de Campinas.

Ensino Queiroz Neto que a "doença resulta de uma alteração genética nas células da retina que se reproduzem descontroladamente, mas só 10% têm um caso na família. Repetir a cada três meses o teste do olhinho até a idade de 3 anos, e submeter a criança com 1 ano a uma consulta oftalmológica completa, faz a chance de cura chegar a 90% e preserva a vida de maioria das crianças.” 

O diagnóstico tardio pode cegar e até levar à

morte por uma metástase do câncer no

cérebro. Por isso se você tem uma

criança com menos de 5 anos em

casa, deve seguir estes protocolos.

 

Sintomas

Queiroz Neto afirma que o principal sintoma do retinoblastoma é a leucocoria também conhecida como olho de gato, um reflexo branco na pupila. A alteração é percebida sob luz artificial e em fotos tiradas com flash. Nas duas situações os olhos saudáveis emitem um reflexo vermelho como acontece no teste do olhinho. Outros sintomas do retinoblastoma são: estrabismo (olho torto), glaucoma, vermelhidão e baixa visão.

 

Tratamentos

Afirma o oftalmologista que o tratamento geralmente requer uma equipe multidisciplinar e pode ser feito por diferentes técnicas. Entre esses está a terapia focal via destruição térmica, congelamento, laser e ou braquiterapia.  Outra é com quimioterapia sistêmica, intravítrea ou intra-arterial e nos casos muito avançados, por enucleação, cirurgia que retira o globo ocular para preservar a vida do bebê.

Hoje, uma das técnicas mais utilizada é a quimioterapia intra-arterial. Consiste em injetar na artéria da retina o medicamento, diminuindo desta forma os efeitos colaterais sistêmicos que podem ter reflexos na saúde por toda vida.  Em 70% dos casos salva a vida e a visão, conclui.

 

 

Fonte: Instituto Penido Burnier SP - Eutrópia Turazzi
 

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