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Infecção por coronavírus reduz cirurgias de transplantes no Brasil

05-03-2021 21:06:07 (719 acessos)
Efeitos negativos da infecção por coronavírus está afetando diretamente 80 mil pessoas que fizeram transplante de rim no Brasil. Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) informa que 10% desses pacientes foram infectados e até 2,5% não resistiram e morreram. Mas há esperança dos efeitos preventivos da vacina que está em aplicação pelo País, algo que permitirá reduzir os 25% na proporção de mortes. Mas os problemas são maiores, pois foram adiadas maior parte das cirurgias do gênero.

 


Por cuidado contra a infecção, as cirurgias de quaisquer transplantes foram reduzidas, embora tenham continuado as cirurgias feitas com órgãos de doadores falecidos. Boa parte das cirurgias eletivas, as que não são urgentes, foram transferidas.

Valter Duro, em nome da ABTO, disse que a suspensão foi mais acentuada nos transplantes de córneas e rim com doador vivo. Nos casos de transplantes eletivos, a taxa de doadores efetivos, que era de 18,1 transplantes por milhão da população (pmp) em 2019, caiu 12,7%. Com isso, em 2021 foi reduzida para 15,8 mensais.

Transplante renal cai

Transplantes renais apresentaram queda de 24,5% (17,2% nos transplantes com doador falecido e 59,6% nos com doador vivo). “A taxa de 22,9 transplantes renais levou ao retrocesso de 2,5 anos, voltando ao primeiro semestre de 2017. A queda na taxa de transplantes renais com doador falecido foi maior do que a queda na taxa de doadores efetivos, possivelmente relacionada à dificuldade de envio de rins não utilizados em alguns estados por restrições na malha aérea.”

Valter Duro observou considerou que “é interessante observar que o número de transplantes renais com doador vivo [440] é o menor dos últimos 36 anos [em 1984 foram 495 transplantes renais com doador vivo]. Outro aspecto é a alta percentagem de transplante renal com doador vivo não parente e não cônjuge [9,7%].”

Transplante de coração e fígado

Já os transplantes hepáticos (de fígado) apresentaram queda de 9%, sendo de 9% com doador falecido e de 13,2% com doador vivo. A ABTO acrescenta que a queda da taxa de transplantes hepáticos com doador falecido foi menor que a queda na taxa de doadores, refletindo aumento no aproveitamento do fígado. “Entretanto, o retrocesso na taxa de transplante hepático foi igual ao do transplante renal, retornando ao primeiro semestre de 2017”.

No caso da taxa de transplante cardíaco, a redução ficou em 16,7%. A taxa de 1,5 pmp é igual à obtida no primeiro semestre de 2014. Já a taxa de transplante de pulmão foi reduzida em 38,7% no país. O transplante de pâncreas diminuiu em 12,5%, retrocedendo ao nível registrado em 2018 (0,7 pmp). Segundo a ABTO o transplante de córnea apresentou uma redução de 52,7%. Com isso, a taxa obtida ficou em 33,9 pmp, valor equivalente ao obtido em meados dos anos 1990.

A pandemia afetou também os transplantes de medula, que apresentaram redução de 17,6%, sendo de 21,1% para o autólogo (que usa células tronco do próprio paciente), e de 13,3% para o alogênico (que usa células tronco de outra pessoa).

Cresce lista de espera

A lista de espera para transplante renal cresceu 5,8%, enquanto o ingresso em lista caiu 32%. “E a mortalidade em lista aumentou 33%, talvez em decorrência do maior risco de exposição ao covid, pela necessidade de realizar hemodiálise”.

A lista de espera para o transplante de córneas também cresceu. No caso, 38%, enquanto o ingresso em lista caiu 37%. “No [transplante de] fígado, por exemplo, o número de pacientes e a taxa de ingresso em lista de espera caíram 13% e 19%, respectivamente, e a mortalidade em lista aumentou 5%”, acrescenta Duro.

 

 

Fonte: ABTO e Agência Brasil
 

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