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Aplicativo reduz risco de cegueira na infância


09-10-2019 21:06:58
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No Brasil 70% dos casos de perda da visão na infância estão relacionados às doenças congênitas desenvolvidas durante a gestação: glaucoma, catarata, alguns casos de estrabismo e retinoblastoma ou câncer ocular. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier as doenças devem ser identificadas logo após o parto. Diagnóstico é feito pelo "teste do olhinho" ou exame do reflexo vermelho feito com um oftalmoscópio, espécie de lanterna que joga luz na pupila do bebê.

 


Estudo mostra que aplicativo gratuito identifica doenças congênitas com 80% de eficiência e até 15 meses antes do exame convencional.

No Brasil 70% dos casos de perda da visão na infância estão relacionados às doenças congênitas desenvolvidas durante a gestação: glaucoma, catarata, alguns casos de estrabismo e retinoblastoma ou câncer ocular.  De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier estas doenças  devem ser identificadas logo após o parto. O diagnóstico é feito pelo "teste do olhinho" ou exame do reflexo vermelho realizado com um oftalmoscópio, espécie de lanterna que joga luz na pupila do bebê. “Em olhos saudáveis o reflexo da luz no olho é vermelho e contínuo. Quando aparece uma leucocoria, reflexo esbranquiçado ou descontínuo da retina,  indica alguma doença congênita”, explica.

O problema é que a última PNS (Pesquisa Nacional de Saúde) realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que pouco mais da metade dos bebês brasileiros, 51,1%, passaram pelo teste do olhinho antes de completar o primeiro mês de vida. Isso porque, o exame só é obrigatório no Distrito Federal e em 16 dos 26 estados brasileiros.

Um dia inesquecível

Queiroz Neto ressalta que pode acontecer da doença congênita passar despercebida no teste do olhinho. Este foi o caso de Eduardo Rodrigues. A mãe, Ana P. M. Rodrigues desconfiou que o filho não estava enxergando bem  e o levou ao oftalmologista. Queiroz Neto o diagnosticou com catarata congênita nos dois olhos. A do olho esquerdo estava bastante desenvolvida e por isso não era possível saber qual o resultado da cirurgia de catarata já que os olhinhos poderiam ter outras doenças que nem sempre podem ser visualizadas pelo médico quando a catarata está avançada. Quando Eduardo acordou da operação já estava identificando um quadro na parede. “A cirurgia foi um sucesso. Nunca vou me esquecer deste dia”, afirma Ana.  O cuidado da mãe salvou a visão da criança, salienta Queiroz Neto. O acompanhamento oftalmológico na primeira infância, mesmo quando o teste do olhinho não apresenta alterações, é muito importante, alerta.

Aplicativo

A boa notícia é que de acordo com um estudo inédito divulgado na revista Science Advances agora os pais podem usar a câmera fotográfica do celular para registrar importantes informações sobre a visão do bebê, além dos melhores momentos da primeira infância.  Para isso, quem tem bebês em casa deve baixar gratuitamente o aplicativo americano CRADLE ou White Eye Detector criado por Bryan Shaw, professor da Universidade Baylor (Texas) e começar a tirar fotos da criança com o smartphone independente do resultado do teste do olhinho na maternidade. Os pais podem confundir um leve embranquecimento do reflexo na pupila, mas o aplicativo tem algoritmos que detectam até a mais sutil leucocoria.

Prova disso são os resultados do estudo. O White Eye Detector identificou com 80% de eficiência os casos de leucocoria em mais de 50 mil fotos de 40 crianças tiradas em situações casuais. Para os pesquisadores esta eficácia é maior que a do exame convencional. Isso porque, a manipulação do oftalmoscópio demanda colaboração do bebê, distância adequada e controle de muitas  outras  variáveis.  Além disso o tempo para notar que um bebê não tem boa visão  pode significar uma vida inteira sem enxergar. O estudo também revela que a dificuldade em perceber que a visão encontra obstáculos na primeira infância faz com que a identificação pelo aplicativo anteceda em média 15 meses o diagnóstico tradicional.

Teste online

Queiroz Neto afirma que a primeira consulta oftalmológica geralmente é feita aos 2 anos quando os pais usam óculos e aos 3 anos quando não usam. Para viabilizar o acesso das crianças de todo o país à triagem visual o hospital disponibiliza no site  www.penidoburnier.com.br testes online autoexplicativos. O oftalmologista ressalta o aplicativo White Eye Detector e os testes online facilitam a identificação dos problemas de visão na infância, mas não substituem a consulta. Crianças de até 3 anos, explica, devem ser submetidas à triagem com a carta de Snellen figuras. Nas de 4 e 5 anos pode ser utilizada a carta de Snellen de ganchos e a partir dos 6 anos a carta com o abecedário. "Nossa integração com o meio ambiente depende em 85% da visão. Estudos mostram que a maior causa de evasão escolar é a dificuldade de enxergar. Proteger a visão das crianças é apostar num futuro melhor", conclui.

 

 

Fonte: Instituto Penido Burnier SP - Eutrópia Turazzi
 

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