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Cegueira por glaucoma cresce no Brasil


14-02-2019 04:43:15
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Incidência de glaucoma no Brasil aumentou de 900 mil casos em 2010 para 2,5 milhões em 2018. Número impressionante é explicado devido ao envelhecimento da população, segundo opina o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, de Campinas, São Paulo. Doença vai crescer 3% sobre 86 milhões de pessoas com mais de 40 anos.

 


 

Toxidade do conservante de colírios faz 50% das pessoas interromper os tratamentos. Desconforto pode ser reduzido.

 

O glaucoma degenera o nervo ótico, parte do olho que conduz as imagens da retina

ao cérebro para que possamos enxergar, explica o oftalmologista Leôncio Queiroz

Neto do Instituto Penido Burnier. O envelhecimento da população fez a doença saltar

no Brasil de 900 mil casos em 2010 para 2,5 milhões no ano passado. Isso porque,

o censo 2018 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que

da população total de 208 milhões, 86,1 milhões têm 40 anos ou mais. A estimativa

do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) é de que a doença atinge 3% das pessoas nesta faixa etária.

 

Queiroz Neto afirma que além da idade, afrodescendentes, quem tem casos na família, já sofreu trauma ocular, ou tem doenças que alteram a vascularização do olho como a miopia e o diabetes corre maior risco de desenvolver glaucoma. Isso porque, em 90% dos casos a doença está relacionada ao aumento da pressão intraocular causada por uma falha na drenagem do humor aquoso, líquido que preenche o globo ocul.ar “Esta falha leva células do nervo óptico à falência e lentamente provoca a perda da visão periférica sem qualquer sintoma”, pontua. Para se ter ideia. o oftalmologista diz que em olhos saudáveis o nervo óptico tem 1,25 milhões de células ganglionares. No estágio avançado do glaucoma, quando o portador percebe redução do campo visual, já são apenas 50 mil células com possibilidade de perder de três mil a cinco mil células ao ano. Isso significa que a perda total da visão pode levar de 10 a 15 anos.

 

A única forma de preservar a visão é através do uso contínuo de colírios que controlam a pressão intraocular. O problema é que 1 em cada 2 pacientes com glaucoma falham no uso do colírio. O médico explica que isso acontece porque a maioria das pessoas usa colírios com Cloreto de Benzalcónio (BAK) um conservante que leva ao olho vermelho crônico por causar da toxidade desta substância que causa ressecamento da lágrima,:, ceratite (inflamação da córnea e , simbléfaro (aderência da pálpebra ao globo ocular) ou espessamento da margem palpebral.

 

Queiroz Neto ressalta que o oftalmologista poderia substituir estes colírios poderiam por formulas sem conservante, mas esbarra na baixa adesão do paciente ao tratamento com este tipo de colírio por r causa do preço mais alto. O problema, afirma é que o tratamentos com colírios que contêm conservante pode dificultar os procedimentos cirúrgicos.

 

 

Queiroz Neto diz que é possível manter o uso de colírios com conservante

e reduzir o desconforto com algumas adaptações que variam conforme a

classe do colírio em uso e que só podem ser adotadas

sob supervisão médica. Os principais relacionados são:

 

CLASSE FARMACOLÓGICA

DESCONFORTO OCULAR

ADAPTAÇÃO

- Alfa-agonista

- Olho seco, hiperemia, alergia

- Substituir por homólogo com 0,15 do princípio ativo e com conservante virtual.

- Inibidor de anidrase carbônica

-Ardência, sensação de corpo estranho, alergia, ceratite, olho seco

- Trocar de classe farmacológica quando ocorrer ceratite.

- Betabloqueador

- Ardência, olho seco, ceratite

- Associar maleato de timolol a 0,25.

- Prostaglandina

- Ardência, olho seco, pigmentação periocular e da íris, hiperemia, hipertricose.

A vermelhidão diminui em 4 semanas. As alterações de pigmentação e hipertricose só com a troca de colírio.

 

 

Queiroz Neto ressalta que a maioria dos portadores de

glaucoma tem olho seco. Por isso, independente do

colírio utilizado, a dica é tomar cápsula de óleo de

linhaça para melhorar a qualidade da lágrima e

diminuir o desconforto causado pelos colírios.

 

 

Fonte: Instituto Penido Burnier SP - Eutrópia Turazzi
 

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