Smartphones estão entre os produtos manufaturados com uso mais intensivo de recursos naturais que induzem à mineração intensiva, quando levado em conta o peso. Aparelhos também contêm as substâncias paládio e platina e uma quantidade menos valiosa, porém significativa, de alumínio e metais raros difíceis de serem minerados. A conscientização pública pode render frutos para a promoção de um setor minerador que contribua para o desenvolvimento socioeconômico sustentável. Embora impactos negativos da mineração sejam inevitáveis, muitos podem ser evitados.
Ainda assim, a maior parte das empresas, publica poucas informações sobre os fornecedores, mantendo desempenho e impactos ambientais fora de vista. Também há falta de urgência e transparência na resposta ao lixo eletrônico global.
Apesar de produtos conterem materiais valiosos, a indústria de eletrônicos gera até 41 milhões de toneladas de lixo por ano. Menos de 16% do volume do lixo eletrônico global são reciclados no setor formal.
Com 300 toneladas de ouro sendo usadas em uma ampla gama de eletrônicos a cada ano, equipamentos em fim de vida representam uma “mina urbana” e têm potencial massivo para reciclagem e fornecimento secundário de ouro.
“Além da pegada de carbono, a maior preocupação ambiental no que diz respeito ao lixo eletrônico é o impacto desses produtos no final da vida”, disse o oficial de programa da ONU Meio Ambiente para pensamento do ciclo de vida e produção e consumo sustentáveis, Feng Wang.
“Práticas de reciclagem, especialmente em países em desenvolvimento, significam que materiais perigosos e metais em locais de despejo podem ter graves consequências para o meio ambiente local e para os trabalhadores informais.”
O relatório “Waste crime – Waste risks”, da ONU Meio Ambiente, destaca que lixo eletrônico — equipamentos elétricos incluindo computadores, telefones celulares, televisores e geladeiras — também emitem resíduos tóxicos como mercúrio, arsênico, zinco e retardantes de chamas bromados.
Mesmo tendo em vista o lixo eletrônico, cerca de 80% da pegada de carbono de um smartphone é registrada durante o processo de manufatura, 16% no uso do consumidor e 3% no transporte.
Conforme a demanda por smartphones cresce, a vida útil dos aparelhos diminui. Smartphones cada vez mais sofisticados são descartados. A competição acirrada faz com que empresas produzam o celular mais novo, mais fino, mais inteligente.
“O tempo de vida do produto está ficando menor e menor, logo, menos sustentável”, disse Wang. “Todos nós podemos desempenhar um papel, ao reciclar, revender ou reaproveitar nossos smartphones com organizações responsáveis. Mas reciclar ou comprar menos não resolve o problema sozinho”.
Descartes de 435 mil toneladas
Em 2016, em torno de 435 mil toneladas de telefones celulares foram descartadas no mundo, com um custo estimado em materiais brutos de US$ 10,7 bilhões. Se todos os telefones tivessem vida útil mais longa e pudessem entrar em um mercado de segunda mão, o valor poderia ser ainda mais alto.
“A rápida taxa de substituição de smartphones por desenvolvimento técnico e estratégia de mercado é insustentável, frequentemente gerando desperdício desnecessário de aparelhos em pleno funcionamento”. Foi o que opinou Wang.
Para garantir a segurança dos dados e devido às conexões emotivas das pessoas com aparelhos antigos, a maior parte escolhe armazená-los em gavetas ou enviá-los para canais de coleta e reciclagem para tratamento responsável.
Mas para tornar os celulares realmente inteligentes, não é suficiente somente reciclar, reutilizar ou reaproveitar materiais usados na fabricação. É necessário produzi-los para durar: reduzir a pegada de celulares e projetar modelos sustentáveis que tornem o lixo de longo prazo, em algo do passado.
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