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Anulação de acordo com a Samarco, respeita interesse das vítimas

01-07-2016 17:35:09 (1220 acessos)
Porque moradores participaram e é preciso fazer audiências públicas com participação de cidadãos, sociedade civil organizada, comunidade científica e representantes locais, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu o acordo de pagamento de R$ 20 bilhões em 15 anos pelo rompimento da barragem de rejeitos do Fundão, em Mariana, Minas Gerais.

 


Medida foi assinada pela ministra Diva Malerbi, a pedido do Ministério Público Federal (MPF). Acordo havia sido firmado entre órgãos públicos e as empresas Samarco, Vale e BHP Billiton.

Homologado no início maio 2016, seria implantado no prazo de 15 anos e previa, entre outras medidas, a criação de uma fundação privada com a finalidade de adotar programas socioeconômicos, de infraestrutura e recuperação ambiental, além de medidas nas áreas da saúde, educação, cultura e lazer para a população atingida pela tragédia. A informação foi divulgada hoje (1º) no site do STJ.

Desrespeitou decisão

Entre as justificativas apresentadas pela desembargadora Diva Malerbi, está a de que a competência para julgar processos envolvendo a empresa é da 12ª Vara da Justiça Federal de Minas Gerais. Segundo Diva, a homologação do acordo desrespeitou decisão já proferida pelo tribunal. “Em primeiro lugar, porque, na pendência da definição do conflito de competência, os processos foram suspensos, sendo autorizada apenas a implementação de medidas de caráter urgente, tendo-se definido a competência da 12ª Vara da Seção Judiciária de Minas Gerais para o exame dessas questões”, diz, na nota, a ministra.

Diante da extensão dos danos causados pelo rompimento da barragem, entende a Ministra que é necessária a promoção de debates mais amplos sobre a tragédia. E acrescenta: o indicado são audiências públicas com a participação de cidadãos, da sociedade civil organizada, da comunidade científica e de representantes locais.

Ministério Público e AGU

Rodrigo Rabello Vieira, procurador-geral do Espírito Santo, disse que o estado cumprirá a decisão judicial, “mas preocupado com os rumos que pode perpetuar o debate judicial. Temos experiência e sabemos que isso poderá se arrastar por longos anos, com inúmeras perícias, o que prejudicará a população. Além disso, ao tomar essa decisão, o Judiciário acaba por fragilizar a execução do acordo”.

Advocacia-Geral de Minas Gerais informou que tomará "as providências processuais cabíveis, junto à Advocacia-Geral da União e à Procuradoria-Geral do Espírito Santo, por considerar que a decisão poderá prejudicar o andamento das ações desenvolvidas para reparação dos danos causados".  A AGE alerta também para o risco de se protelar a solução do grave problema ambiental causado e ressalta a importância de uma decisão definitiva dos tribunais superiores, para evitar prejuízo ainda maior aos atingidos.

Samarco vai recorrer

A Samarco informou que recorrerá da decisão. “A Samarco esclarece que a decisão não afeta as obrigações contidas no acordo, que continuarão sendo integralmente cumpridas, inclusive no que diz respeito à instituição da fundação de direito privado prevista no documento”, informou a empresa por meio de nota.

 

 

Fonte: Agência Brasil
 

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