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Compartilhar colírio pode transmitir COVID-19

05-07-2021 19:30:05 (507 acessos)
O frio é o ambiente ideal para a proliferação de todo tipo de vírus, inclusive do Sars-Cov-2 que transmite a COVID-19. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, os prontuários do hospital mostram que a higienização das mãos com álcool por conta da pandemia diminuiu em 20% os casos de conjuntivite viral atendidos pelos consultórios nos últimos dois meses, comparado ao mesmo período de 2019.

 


 

Estudo mostra que a superfície do

olho tem duas enzimas de

entrada do coronavírus

que facilitam a transmissão.

O frio é o ambiente ideal para a proliferação de todo tipo de vírus, inclusive do Sars-Cov-2 que transmite a COVID-19. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, os prontuários do hospital mostram que a higienização das mãos com álcool por conta da pandemia diminuiu em 20% os casos de conjuntivite viral atendidos pelos consultórios nos últimos dois meses, comparado ao mesmo período de 2019. 

A má notícia é que nos meses mais frios a irritação nos olhos aumentou em  35% dos pacientes que chegam ao hospital usando a sobra do colírio de um familiar. “Compartilhar colírio nunca foi boa ideia porque cada pessoa tem uma flora bacteriana e 30 dias depois de aberto todo colírio perde a validade”, afirma Queiroz Neto.

 Em meio à pandemia o risco é redobrado. “Basta tocar o bico dosador no olho para pegar COVID-19 caso a outra pessoa tenha o vírus alojado no olho. Isso porque, estudo publicado na Nature Medicine mostra que a superfície ocular tem duas enzimas de entrada do coronavírus, a ACE2 e a TMPRSS2”, salienta. Estas enzimas, explica, permitem a sobrevivência do Sar-Cov-2 por 27 dias na lágrima que forma a barreira de proteção entre o olho e o ambiente. Por isso, até uma pessoa sem nenhum sintoma de COVID pode transmitir o vírus quando compartilha colírios, toalhas, fronhas ou cosméticos. A infecção pode também atingir o sistema respiratório através do canal lacrimal que interliga o olho ao nariz. O oftalmologista destaca que apesar disso, três estudos divulgados pela Academia Americana de Oftalmologia revelam que a conjuntivite viral só acontece nos casos graves de COVID-19.

Olho seco e conjuntivite

Para Queiroz Neto este é segundo fator que explica porque os atendimentos de conjuntivite viral tiveram queda nos últimos dois meses da pandemia nos hospitais especializados. As doenças externas predominantes neste período foram a síndrome do olho seco e conjuntivite alérgica.  A estiagem e poluição originam estas alterações, pontua.

O olho seco, explica, é uma alteração na quantidade ou qualidade da lágrima que desequilibra a imunidade da superfície do globo ocular. Os sintomas são vermelhidão, ardência, visão embaçada, coceira, e maior sensibilidade à luz.

Já a conjuntivite alérgica é uma inflamação da conjuntiva, membrana que recobre a esclera, parte branca do olho, e a face interna das pálpebras. O especialista destaca que a conjuntivite alérgica não é contagiosa, mas pode levar ao ceratocone, doença que afina a córnea, por causa da coceira no olhos.  A estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde), salienta, é de que 7 em cada 10 pessoas desenvolvem alergia nos olhos simultânea às doenças respiratórias como rinite, sinusite, bronquite ou asma que triplicam nos meses mais frios.

Uso de colírio é um risco 

O tratamento do olho seco é feito com colírio lubrificante, mas não vale usar qualquer um. Isso porque a lágrima tem três camadas e cada colírio age sobre uma delas. “Quando a causa é o bloqueio de uma pequena glândula na borda da pálpebra responsável pela produção da camada gordurosa que impede a evaporação da lágrima, o tratamento mais efetivo é a aplicação de luz pulsada que desobstrui esta glândula.”

A conjuntivite alérgica é tratada com colírio anti-histamínico nos casos mais leves e com corticoide nos mais severos. O médico adverte que o uso prolongado de colírio com corticoide predispõe ao glaucoma e à catarata. Por outro lado, a interrupção do uso não pode ser repentina para evitar efeito rebote. Por isso, embora a venda seja livre, o medicamento só deve ser usado sob supervisão médica.

Prevenção das doenças

As dicas do oftalmologista para prevenir o olho seco e a conjuntivite alérgica no frio são:

·         Beber água com frequência.

·         Colocar vasilhas com água nos ambientes.

·         Adicionar na alimentação nozes, semente de linhaça, salmão e sardinha que são ricos em ômega 3.

·         Evitar o uso de aquecedores ambientais.

·         Manter os ambientes livres de poeira.

·         Desviar os olhos das telas eletrônicas por 5 a 10 minutos a cada hora.

·         Piscar voluntariamente quando usar o computador ou tablet.

·         Proteger os olhos da poluição com óculos apropriados nas atividades externas.

 

 

Fonte: Instituto Penidio Burnier, SP - Eutrópia Turazzi
 

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