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Tuiuiús ganham ninho do homem e reconstroem a vida no Pantanal

22-05-2021 19:03:29 (573 acessos)
Tuiuiús, aves que podem ter até 3 metros de envergadura, foram desalojados de um ninho que construíram com o sacrifício de muito trabalho durante meses, para procriar. Esse infortúnio foi causado pelos incêndios que prejudicaram a fauna e a flora ao final de 2020. Com o sentimento animal, o casal de pássaros voltava frequentemente ao Ipê, sem contudo encontrar meios para reconstruir. Mas estava ali Walfrido Tomás, pesquisador, que projetou uma plataforma de metal sobre poste de concreto.

 


A ideia funcionou e o casal de tuiuiús, de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, adotou o ninho artificial idealizado pela astúcia do pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA).

O fogo destruiu, além do ninho original, às margens da BR-262,  galhos que, estruturados, davam suporte ao ninho na copa do ipê, que ainda se mantém ao lado. A Empresa ergueu a estrutura formada por um poste de concreto de 12 metros com uma plataforma hexagonal de metal de dois metros de diâmetro no topo, em formato de taça. Essa plataforma precisaria comportar o volumoso material que os tuiuiús utilizam na construção de ninhos.

As aves costumavam se reproduzir anualmente em um ninho natural, no que já era uma atração turística da região. Além disso, o ninho era tombado pelo Patrimônio Histórico Natural. Mas ele foi destruído nas queimadas do ano passado. O Tuiuiú é uma ave símbolo do Pantanal, conhecido também como Jabiru.

Galhos e material fino

A estrutura levantada foi feita com material usado na construção de torres de redes de energia. “Sobre a plataforma, depositamos galhos e material fino para representar um ninho, na esperança de que o local fosse reconhecido pelos tuiuiús e utilizado como base para construção do novo ninho”, explicou o pesquisador.

Acrescentou que, durante o trabalho de levantamento de animais mortos pelas queimadas, realizado em 2020, Walfrido observou diversas vezes, tuiuiús pousados em árvores próximas ao ninho original, queimado cerca de um mês antes. Então teve a ideia de instalar uma estrutura alternativa. “Assim os tuiuiús poderiam retornar, pois essas aves são fiéis ao local de nidificação”.

Após construído o novo ninho, em outubro de 2020, foi reaalizado monitoramento, para acompanhar a adaptação das aves ao ninho. Em janeiro de 2021, os tuiuiús começaram a se aproximar e pousar na árvore do ninho antigo. Em 16 de maio pousaram no novo ninho. A partir desse dia têm levado material para o novo ninho, como galhos e fibras vegetais mais finas.

Fiéis ao local de reprodução

Os tuiuiús se reproduzem após o período das cheias, quando o nível da água está baixando e os peixes e pequenos invertebrados, base da sua alimentação, ficam mais disponíveis nas baías e alagados, servindo de alimento para a espécie.

Uma vez construídos os ninhos, os tuiuiús permanecem fiéis ao local de reprodução, usando-o por muitos anos. Eles fazem reparos e melhorias nos ninhos. Eles podem ter mais de dois metros de diâmetro e são sempre colocados em grandes árvores com galhos abertos. Isso facilita a chegada das aves ao ninho com suas asas abertas, que podem ter três metros de uma ponta a outra.

 

 

Fonte: EMBRAPA Pantanal
 

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