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ACNUR doa 180 camas ao hospital de campanha de Boa Vista

18-08-2020 19:45:36 (995 acessos)
Construído pela Força Tarefa Logística Humanitária da Operação Acolhida, o Hospital de campanha de Boa Vista (Roraima) está em fase de conclusão e acaba de receber uma doação de 180 camas do ACNUR (Agência da ONU para Refugiados). Vai atender refugiados e migrantes que atravessam a fronteira da Venezuela e também às vítimas de infecção pelo coronavírus. Agência para Refugiados também fez doação de 250 casas modulares (ou RHUs / Refugee Housing Units) usadas nos abrigos temporários, na fronteira.

 


 

“Ter equipamentos médicos apropriados é fundamental para uma boa resposta à COVID-19. Por isso, o ACNUR, Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), doou as camas de UTI, juntamente com colchões e travesseiros. Serão essenciais para o tratamento de casos mais graves. Gesto reafirma nosso compromisso com a Operação Acolhida e a Área de Proteção e Cuidados (APC), que tem atendido refugiados, migrantes e brasileiros no contexto da pandemia do novo coronavírus em Roraima”. Explicação é de Arturo de Nieves, coordenador sênior de campo do ACNUR em Boa Vista.

Agência vem colaborando com a APC desde a elaboração do plano arquitetônico do hospital de campanha. Com as 250 casas modulares foi possível o atendimento de até 1000 pessoas na ala para isolamento de casos suspeitos e confirmados. Também doou 2000 camas regulares e colchões para o hospital, permitindo atendimento à população de Boa Vista.

Profissionais ajudaram no desenvolvimento da ferramenta de gestão da informação que permite aos gestores da APC processar prontuários médicos e agilizar os atendimentos. Também articulou parcerias com o setor privado, que levaram à doação de equipamentos de proteção individual, aparelhos hospitalares, medicamentos e outros insumos que estão contribuindo para o funcionamento efetivo do hospital.

“O ACNUR é um dos parceiros relevantes da Operação Acolhida, com pronta resposta à emergência humanitária causada pela COVID-19, que veio dentro de uma crise que já existia. As camas de UTI doadas vão melhorar a qualidade da Área de Proteção e Cuidados, tão necessária no nosso trabalho de salvar vidas”. Explicação é do general Antonio Manuel de Barros responsável pela Operação Acolhida para o Estado de Roraima e o município de Manaus.

Para evitar a disseminação da COVID-19 junto a refugiados e migrantes da Venezuela, o ACNUR já distribuiu mais de 9000 kits de limpeza, higiene pessoal, colchões e redes, para atender cerca de 15 mil pessoas.

A Agência da ONU para Refugiados também tem reforçado o apoio financeiro a pessoas refugiadas em situação de maior vulnerabilidade, garantindo pagamento de gastos emergenciais e essenciais durante a pandemia da COVID-19. Agência assegura a distribuição de informações sobre a prevenção da doença e de orientações sobre como a população refugiada pode acessar os auxílios pagos pelo Governo Federal.

Em 2020, o ACNUR recebeu contribuições de diversos países para fortalecer a atuação no Brasil e proteger pessoas em situação de vulnerabilidade. Mais recentemente, o Bureau de População, Refugiados e Migração (PRM) do Departamento de Estado dos EUA ofereceu  recursos adicionais direcionados a fortalecer o combate à COVID-19, especialmente no norte do País.

Japão, Luxemburgo e União Europeia também têm contribuído, destinando fundos para reforçar a resposta humanitária do Brasil ao fluxo de refugiados e migrantes venezuelanos, e que se tornou ainda mais necessária com a COVID-19.

O ACNUR, parceiros e outras agências da ONU apoiam a Operação Acolhida, que é a resposta do Governo Federal ao fluxo de refugiados e migrantes venezuelanos para o Brasil. Agência atua no monitoramento da fronteira, na gestão dos abrigos temporários e com serviços de proteção, incluindo registro, documentação e acompanhamento de casos mais vulneráveis. Também apoia a estratégia de interiorização, que tem permitido a refugiados e migrantes da Venezuela encontrar melhores condições de integração socioeconômica em várias partes do País.

Sobre o ACNUR

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) é uma organização humanitária global dedicada a salvar vidas, proteger os direitos e garantir um futuro digno aos refugiados, deslocados internos e apátridas, vítimas de violações dos direitos humanos.

Presente em mais de 130 países, atua em conjunto com os setores público e privado, para garantir assistência emergencial, aprimorar políticas públicas e cooperar com organizações parceiras que também trabalham com a causa.

A atuação do ACNUR é coordenada com o Poder Público, organizações da sociedade civil, academia e doadores.

 

20200405 - 21:34:05

 

Brasileiros e venezuelanos se unem para construir hospital em Boa Vista

No canteiro de obras localizado próximo à sede da Polícia Federal, em Boa Vista, os dias começam e terminam numa sinfonia de martelos, furadeiras e serrotes. As ferramentas são manuseadas por trabalhadores que falam idiomas diferentes, mas que se dedicam conjuntamente à urgente missão de finalizar um hospital temporário para o acompanhamento e tratamento contra o novo coronavírus, chamado de Área de Proteção e Cuidados (APC).

Em meio ao corre-corre da obra, trabalhadores venezuelanos revelam satisfação em ajudar conterrâneos e brasileiros que os acolhem. APC atenderá refugiados, migrantes que estão em Roraima (inclusive os trabalhadores da obra e familiares) e brasileiros mais vulneráveis de comunidades locais, em diferentes regiões do Estado.

Entre estes trabalhadores está o venezuelano Diego, de 33 anos, que veio par ao Brasil em busca de refúgio e vive desde 2019 em um dos abrigos da Operação Acolhida (resposta do Governo Federal ao fluxo de pessoas refugiadas e migrantes venezuelanas no Brasil, apoiada pela Agência da ONU para Refugiados - ACNUR, organizações parceiras e outras agências da ONU).

“Sinto-me orgulhoso de estar ajudando no

combate ao novo coronavírus. Esse lugar

pode salvar a vida dos meus amigos venezuelanos e

dos brasileiros que nos acolhem em Roraima”, diz Diego.

Construído pela Força Tarefa Logística e Humanitária da Operação Acolhida, a APC terá capacidade de 1200 leitos hospitalares para o tratamento de pessoas infectadas e outras 1000 vagas para observação de casos suspeitos.

Neste momento, a obra é também uma oportunidade de geração de renda para os trabalhadores venezuelanos, quando tantas incertezas econômicas são geradas pela pandemia da COVID-19.

“Aqui no Brasil sei onde podemos ser cuidados. Mas tenho medo pelas pessoas que seguem na Venezuela, temo pelos meus filhos que estão lá”, lembra Diego, que sempre envia dinheiro para os quatro filhos que ficaram no país – e tem na construção da APC sua principal fonte de renda.

Trabalhadores venezuelanos e brasileiros que atuam com a Operação Acolhida e agências da ONU para concluir a APC de Boa Vista

Trabalhadores venezuelanos e brasileiros que atuam

com a Operação Acolhida e agências da ONU para

concluir a APC de Boa Vista ©ACNUR / Allana Ferreira

Diego está entre os 25 trabalhadores venezuelanos que se uniram aos esforços da Operação Acolhida para construir a APC. Muitos são gerenciados pelo empresário brasileiro Samuel Pereira da Silva, de 59 anos, que veio do Rio de Janeiro para se estabelecer em Roraima. Outros 24 trabalhadores brasileiros completam o time de operários.

“Sentir o agradecimento desses homens que têm famílias e estão fazendo de tudo para prover o melhor a quem está aqui, brasileiros e venezuelanos, e para quem ficou na Venezuela, é o que motiva a continuar”. É o sentimento do empresário, que emprega 13 dos venezuelanos envolvidos na obra, todos com carteira de trabalho assinada.

Além da equipe fixa, o empresário convoca diariamente outros 8 venezuelanos que vivem em algum dos 11 abrigos temporários para refugiados e migrantes da Operação Acolhida, em Boa Vista, para fazer parte do time. São remunerados com “diárias”.

“Esta é uma demonstração clara de que refugiados e migrantes venezuelanos podem se juntar a moradores locais para promover a convivência pacífica entre comunidades e somar esforços em prol de soluções À comunidade. É o que fala Arturo de Nieves, coordenador das ações de campo do ACNUR nos Estados de Roraima e Amazonas. Lembra que a APC também atenderá a população brasileira, “reforçando a resposta nacional para garantir o acesso a saúde”.

O venezuelano Yoslay, seu pai Jose Antonio e seu irmão Jackon, trabalhando juntos nas obras da APC: fonte de renda que garantiu a reunião da família em Boa Vista

Venezuelano Yoslay, o pai Jose Antonio e o irmão Jackon,

trabalhando nas obras da APC: fonte de renda reune a família

em Boa Vista. Foto ©ACNUR, Allana Ferreira

Sentimento misto entre a gratidão por estarem protegidos no Brasil e a apreensão com os parentes que ficaram no País de origem, é comum entre os venezuelanos. Muitos trabalham para montar pisos e tetos da estrutura que receberá casos suspeitos e confirmados da COVID-19, identificados junto à população refugiada e migrante em Roraima.

É o caso da família de Yoslay Jose, de 21 anos. Ele, o irmão Jackon Jose, 33, e o pai Jose Antonio, 59, trabalham há alguns meses no ramo da construção civil. E, com a empreitada atual, encontraram a oportunidade de trazer a mãe e irmã de Yoslay da Venezuela, bem como a esposa e filhos do Jackon.

“Viemos nós três primeiro para tentar conseguir algo e depois trazer minha mãe, irmã e cunhada. Estamos bem felizes com a oportunidade que tivemos”, diz Yoslay, que ainda tem familiares na Venezuela.

Sobre a oportunidade de trabalhar na construção da APC, Yoslay confirma a importância de participar deste esforço. “Sinto que estamos ajudando as pessoas, tanto venezuelanas quanto brasileiras, sujeitas a situação de saúde complicada por causa do novo coronavírus. Sou muito grato pela oportunidade de construir algo que irá ajudar. É como se estivéssemos retribuindo o que recebemos aqui no Brasil”, diz Yoslay.

Samuel, empresário que adota medidas de segurança para proteger a equipe do novo coronavírus, os ganhos financeiros não são determinantes para superar essa crise. “Ver essas histórias me motivam a continuar aqui”. Ensina técnicas da construção civil aos trabalhadores, provendo capacitação e experiência profissional. “Se podemos ajudar, por que não fazê-lo?”, questiona.

 

Leia também: COVID-19: ACNUR reforça resposta federal de saúde em Boa Vista

 

 

Fonte: ACNUR, Brasil, Roraima
 

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