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Brasil faz pouca cirurgia de catarata. Luz azul do celular e melatonina.

15-03-2020 00:29:49 (1124 acessos)
Só 1 em cada 4 brasileiros que precisam restaurar a visão, passam pela cirurgia de catarata, doença da opacificação do cristalino que mais cresce no Brasil e responsável por 49% dos casos de cegueira. Significa que 75% da população com mais de 60 anos podem ter doenças sistêmicas associadas à falta da cirurgia, único tratamento para catarata. Esses números são do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia). Oftalmologista Leôncio Queiroz Neto fala sobre melatonina e a luz azul do celular.

 


Pesquisa inédita mostra que a prevenção está relacionada à maior entrada de luz nos olhos. Entenda.

A catarata, opacificação do cristalino que responde por 49% dos casos de perda da visão no Brasil, é a doença ocular que mais cresce no País. Pior: A estimativa do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) é de que só 1 em cada 4 brasileiros que precisam operar passam pela cirurgia. Significa que 75% da população com mais de 60 anos podem ter doenças sistêmicas associadas à falta desta cirurgia, único tratamento para catarata.

Pesquisa recém publicado na revista JAMA Ophthalmology, do Japão, mostra que a maior entrada de luz nos olhos após a cirurgia de catarata, pode prevenir doenças crônicas. Realizada com 169 participantes de 60 anos ou mais, a pesquisa chegou a esta conclusão depois de constatar maior excreção de melatonina no exame de urina dos participantes, três meses depois de terem passado pela cirurgia. Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, a melatonina é um hormônio indutor do sono que alinha nossas funções biológicas no período de 24 horas, conhecidas por ciclo circadiano.

“A falta deste hormônio faz as pessoas com mais de 60 anos perderem o sono conforme o cristalino vai ficando opaco pela catarata”, afirma. A produção da melatonina depende de dois fatores: Ambiente escuro durante a noite e quantidade de luz azul que penetra nos olhos durante o dia para estimular a produção de um pigmento chamado melanopsina pelas células ganglionares da retina.

Por isso, trocar o dia pela noite e usar o celular que emite luz azul antes de dormir, provoca queda na produção deste hormônio. Já quem adia a cirurgia de catarata e recorre às cápsulas de melatonina, pode até dormir, mas desequilibra o organismo, corre maior risco na cirurgia, por causa do enrijecimento do cristalino e de contrair outras doenças decorrentes da baixa produção do hormônio.

Efeitos na saúde

Queiroz Neto ressalta que por ser essencial à indução ao sono, a melatonina tem importante papel no combate à depressão. Também tem ação antioxidante, além de regular a produção do cortisol, adrenalina e insulina. A operação é sempre feita primeiro em um olho e depois no outro.  Alguns pacientes já referem melhora no estado emocional após operar o primeiro olho. Isso porque, as cores ficam mais vibrantes e o qualidade de sono tem melhora imediata.

O oftalmologista afirma que tanto o cortisol quanto a adrenalina são hormônios responsáveis por nosso estado de vigília que atingem níveis elevados quando a melatonina é insuficiente.  Já a insulina produzida pelo pâncreas, regula os níveis glicêmicos na corrente sanguínea e sofre queda quando a concentração de melatonina é menor.

O excesso de cortisol, explica, predispõe ao ganho de peso e ao colesterol alto que altera os delicados vasos no fundo do olho e dobra o risco de surgir a degeneração macular, uma degradação da mácula, porção central da retina responsável pela visão de detalhes. É também um dos principais fatores de risco do infarto ou desenvolvimento de outras complicações cardíacas, salienta.

Outro efeito do aumento do cortisol elencado por Queiroz Neto é a elevação da glicemia que também pode ser causada por uma deficiência da produção de insulina pelo pâncreas ou resistência das células à insulina, alterações que provocam o diabetes tipo 1 e tipo 2. Após 10 a 15 anos convivendo com o diabetes pode surgir a retinopatia diabética, importante causa de perda da visão, mesmo quando a glicemia é bem controlada. A boa notícia é que se a retinopatia for descoberta no início, dificilmente leva à perda da visão. O tratamento com aplicações de laser e injeções tem alcançado bons resultados quando o diagnóstico acontece no início. Portanto, todo diabético deve consultar o oftalmologista anualmente e até em períodos menores conforme indicação médica.

O especialista explica que a adrenalina ou hormônio do estresse em alto nível acelera o coração, aumenta a pressão arterial e o risco de AVC (Acidente Vascular Cerebral). A hipertensão arterial força o sistema cardíaco, pode causar alteração na retina e rins. Todos estes problemas de saúde podem ser detectados em consultas oftalmológicas periódicas. Prevenir é melhor que remediar, conclui

 

 

Fonte: Instituto Penido Burnier SP - Eutrópia Turazzi
 

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