Mas perdura ainda a sede pelas multas como atitude que as autoridades preferem continuar. É uma indústria cruel que empobrece mais brasileiros, maioria dos quais usa os veículos automotores para trabalhar e obter o sustento da família. Agentes militares ou não, recebem incentivos financeiros ou de outra forma, pelo volume de multas lançadas no período. Mais uma crueldade que o Presidente da República, Jair Bolsonaro, quer acabar. Apesar dessa vontade, esqueceu-se de falar em educação. Poderia ter aproveitado o momento para exigir dos que dirigem veículos. É o segredo para acabar com a tragédia dos acidentes.
Mas aparece uma luz no Parlamento. Na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, especialistas criticaram resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e o projeto de lei do Poder Executivo (PL 3267/19) que altera o Código de Trânsito para, entre outros pontos, flexibilizar o uso dos simuladores nas aulas dos futuros condutores, reduzir a carga horária da formação e trocar parte das aulas presenciais pelo ensino a distância.
Durante a audiência pública, o deputado Abou Anni (PSL-SP) mostrou vídeo em que um motorista de transporte de cargas perigosas, leva no máximo meia hora para conseguir um certificado on-line. Junto com representantes das autoescolas, o parlamentar se posicionou contrariamente à adoção dessa modalidade de ensino.
"Além de ser mais caro, o curso on-line não qualifica os condutores para estarem em via pública dirigindo", disse Anni.
Comportamento
Relações institucionais do Observatório Nacional de Segurança Viária, Francisco Garonce, afirmou que 90% dos acidentes de trânsito são provocados por falha humana. Ressaltou que o desafio é promover uma mudança geral de comportamento. "Não podemos negligenciar a questão do fator humano para a segurança viária. E isso está relacionado à educação, à formação para o trânsito."
Os debatedores concordaram que essa educação deve ser vista de forma mais ampla, cobrindo do ensino fundamental à universidade. "A autoescola não é responsável sozinha pela mudança de comportamento da sociedade. Nós temos a nossa parcela, não vamos nos furtar da formação teórico-técnica e de prática veicular. No entanto, as instituições também têm de colaborar", declarou o presidente do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores do Rio Grande do Sul, Edson Luiz da Cunha.
O coordenador-geral do Denatran, Francisco Brandão, reconheceu que os motoristas brasileiros recebem um treinamento por um período curto e que a educação no trânsito ainda não foi implantada. Já Haley Bueno, diretor-técnico do Detran do Distrito Federal, lembrou que cabe aos detrans promover a reciclagem dos motoristas.
Fonte: Agência Câmara - Cláudio Ferreira
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